Fapema investe mais de R$ 700 mil em pesquisas voltadas à Amazônia

Nesta sexta-feira (5), data dedicada à conscientização sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do mundo, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) celebra os avanços da ciência maranhense voltada à Amazônia. O Maranhão, integrante da Amazônia Legal, tem motivos para comemorar os investimentos e projetos que fortalecem a pesquisa e a inovação sustentável na região.
Nos últimos três anos, o Governo do Maranhão destinou mais de R$ 700 mil para 44 projetos relacionados ao ecossistema, reforçando o compromisso da Fapema em apoiar estudos que promovam a preservação ambiental, a valorização das comunidades locais e o desenvolvimento sustentável.
O presidente da Fapema, Nordman Wall enfatiza que a data celebra a importância vital da maior floresta tropical do planeta e chama atenção para os avanços da ciência maranhense na promoção de um desenvolvimento sustentável.
“A Fapema tem orgulho de investir em projetos que unem pesquisa científica, inovação e compromisso com a nossa Amazônia. Estes esforços têm o pleno apoio do Governo do Estado e convergem para preservação ambiental, valorização das comunidades locais e avanço da bioeconomia regional. Os pesquisadores maranhenses têm contribuído nesse processo, colocando o estado como protagonista na construção de soluções para a Amazônia Legal”, ressaltou.
Entre as iniciativas destacadas estão projetos contemplados no âmbito do Programa Amazônia +10, uma iniciativa colaborativa que busca promover o desenvolvimento sustentável dessa região por intermédio da ciência, tecnologia e inovação. Lançada em 2021, é liderada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), com apoio de fundações estaduais e do CNPq.
Desde o seu lançamento, a iniciativa já mobilizou recursos expressivos. A primeira chamada, ocorrida em 2022, envolveu mais de 500 pesquisadores em 20 estados, selecionando 39 projetos e investindo R$ 41,9 milhões das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa. O Governo Federal anunciou, em 2024, o investimento de R$ 500 milhões para o programa.
No Maranhão, nove projetos foram selecionados nas duas chamadas lançadas. São projetos de pesquisadores maranhenses, em colaboração com outros estados brasileiros, voltados aos desafios da biodiversidade local. Esses projetos foram apresentados durante um workshop realizado em Manaus (AM), reunindo 137 grupos de pesquisa de todo o país, sendo 71 da Amazônia Legal.
Os projetos abrangem diferentes frentes de atuação: O estudo “Territórios sociobiodiversos no Maranhão e Pará: Ambiente, conhecimento e sustentabilidade”, coordenado por Benedito Souza Filho, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) busca fornecer autonomia às comunidades amazônicas e apoiar a criação de reservas extrativistas nos municípios de Carolina e Penalva, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
A pesquisa liderada por Itaan Santos, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), “Inovação e transição sustentável: cesta de bens e serviços em territórios amazônicos”, por sua vez, trabalha na valorização de bens e serviços locais, como o cultivo da melancia de vazante e o uso sustentável do babaçu, integrando diferentes instituições do país.
A sustentabilidade agrícola também é foco do projeto “Recuperação de fósforo secundário para uma agricultura ecológica em solos amazônicos”, coordenado por Adenilson Santos (Ufma), que investiga o potencial fertilizante da estruvita proveniente de efluentes da aquicultura, buscando práticas agrícolas mais sustentáveis em parceria com a Ufopa e Universidade Federal do Amapá (Unifap).
A bioeconomia amazônica é tema do estudo “Resina de breu branco como plataforma de bioprodutos: de combustível a polímeros sustentáveis”, de Márcio Aurélio Almeida (Ufma), que investiga a transformação da resina de breu branco em biocombustíveis e polímeros sustentáveis, com a colaboração de Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Além disso, a saúde pública é contemplada com o projeto “Inovações tecnológicas para monitoramento e controle vetorial da malária e dengue na Amazônia”, liderado por Joelma Soares da Silva (Ufma), que desenvolve soluções para o controle vetorial dessas doenças, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
“As pesquisas na Amazônia ajudam no controle de doenças, saúde das populações locais e ajudam a descobrir insumos de potenciais diversos. Nas nossas pesquisas, os resultados vão desde plantas a bactérias com atividade inseticida, capazes de atuar no controle de vetores de doenças”, explica Joelma da Silva.
No edital relacionado às Exposições Científicas, outros quatro projetos foram aprovados: “Monitoramento participativo dos territórios tradicionais: plataforma digital de co-produção de dados sobre a sociobiodiversidade em áreas amazônicas”, que visa criar a Plataforma PCTAB para registrar e validar cientificamente o conhecimento tradicional em áreas florestais, em parceria com 9 comunidades do Pará, Amazonas e Maranhão. O projeto é conduzido, no Maranhão, pelo pesquisador Marcelo Domingos Sampaio Carneiro (Ufma).
Há também “Tsiino Hiiwiida: Revelando múltiplas dimensões da biodiversidade de plantas e fungos no Alto Rio Negro”, uma iniciativa de pesquisa que busca desvendar a biodiversidade de plantas e fungos na região da Cabeça do Cachorro, no Alto Rio Negro. O projeto é coordenado por Dirce Leimi Komura (Ifma).
“Aruwê: Saberes ancestrais e científicos aplicados à restauração ambiental e produção sustentável na terra Teneterah na Amazônia Maranhense” explora os saberes ancestrais relacionados à etnobotânica e etnoecologia dos povos indígenas — no intuito de fornecer uma solução promissora para a restauração do quadro de degradação da terra indígena de Araribóia, no Maranhão, impactada por pressões externas e empreendimentos de caráter especulativo. A pesquisadora responsável é a Ligia Tchaicka (Uema).
Completando o conjunto de projetos, temos “Diversidade de flebotomíneos e de espécies de Leishmania em áreas da Reserva Biológica do Gurupi para prevenção e controle das leishmanioses na Amazônia maranhense”, que identifica os tipos de flebotomíneos (mosquitos-palha) e as espécies de Leishmania (parasitas causadores da leishmaniose) na Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, visando aprimorar as estratégias de prevenção e controle da doença na Amazônia maranhense. Valéria Cristina Soares Pinheiro (Uema) representa a pesquisa.
São estudos que fortalecem a ciência e a inovação maranhense, contribuindo para soluções ecológicas, a geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população, consolidando o Maranhão como protagonista em ações de sustentabilidade no cenário nacional e internacional.